150 Cidades Registram Chuvas

06-02-2011 21:21

Pacujá. Chuvas intensas foram registradas de domingo a ontem na grande maioria dos Municípios do Interior. Pacujá registrou a maior precipitação, com 137mm, segundo a Funceme. Em Canindé, ruas foram inundadas e o rio que corta a sede transbordou nas áreas ribeirinhas. Famílias que moram em áreas de risco e na parte baixa de Pacujá sofreram as consequências.

Os bairros mais afetados foram Barro Branco e Pantanal, onde dezenas de casas foram invadidas pelas águas de um canal que corta a cidade e pela cheia do Rio Pacujá. "Eu comecei a tirar água de dentro casa por volta das 22h até as 2h da madrugada. Foi mais uma noite de sofrimento", disse a aposentada Raimunda Mariano.

Vicentina Teixeira da Silva, moradora da Rua Padre Vicente Jorge, uma das mais afetadas do Bairro Barro Branco, também foi vitima das águas. Ela conta que toda época de inverno, a situação se repete, principalmente depois da construção de um canal.

Responsabiliza a Prefeitura por deixar as famílias construírem em área de risco, mesmo admitindo que os próprios moradores também têm culpa. O Barro Branco foi construído em 2007, para abrigar famílias que antes moravam em área de risco ou não tinha moradia. Lá residem aproximadamente 70 famílias.

Separação das águas

Para a coordenação da Defesa Civil local, a situação desses moradores só será resolvida quando for construído um dique à jusante que permitirá a separação das águas das chuvas das que correm naturalmente dos córregos que cortam a cidade. "Existem três projetos para serem executados pelo Dnocs, que permitirão o alargamento do canal já existente e a retirada das águas das chuvas que descem da serra em direção à cidade. A promessa é para os próximos dias", garantiu Alex Melo, coordenador da Defesa Civil.

Quem também vem enfrentando problemas com as chuvas de inverno são os moradores do Bairro Pantanal. Na Rua 22 de Setembro, a obra de um templo evangélico está impedindo que a água das chuvas escoe para o Rio Pacujá, principal afluente da cidade.

Segundo Alex Melo, a população já se mobilizou para derrubar parte do muro para dar a passagem à água que se acumula no leito da rua. "Os moradores da Rua 22 de Setembro já detectaram o problema e prometem abrir um buraco na parede que foi construída", adiantou Alex Melo.

A Defesa Civil acredita que cerca de 19 famílias estejam morando em área de risco. Caso o volume das águas do rios Quirino e Pacujá continue aumentando, as famílias deverão ser retiradas para abrigos. Alex Melo informou ainda que a Prefeitura realizou em dezembro um mutirão de limpeza, principalmente no canal da cidade.

De acordo com o boletim da Funceme, na região da Ibiapaba, onde está situado de Pacujá, choveu em todas as cidades, com a maior precipitação em Pacujá, 137mm. Em Pires Ferreira, choveu 135mm; Graça, 122mm e Mucambo, 90mm.

Já nos sertões de Canindé, as chuvas do fim de semana trouxeram alegria para os agricultores, mas apreensão para algumas famílias. Na localidade de Lagoa Verde, chuvas intensas derrubaram cercas, cortaram estradas e um açude de médio porte sangrou. Ontem, os veículos do transporte alternativo não circularam, deixando muita gente sem acesso à sede.

Na sede do Município, inúmeras ruas ficaram alagadas com as chuvas de ontem, o Rio Canindé transbordou na área ribeirinha, uma passagem molhada na Rua Presidente Dutra não suportou a força das águas e rompeu, deixando o trânsito para o Centro de Canindé com problemas. Na sede do Dnocs, a chuva aumentou a capacidade do Açude São Matheus em 12 centímetros e derrubou algumas árvores.

Tábua de Chuvas

Pacujá 137 mm
Pires Ferreira 135 mm
Graça 122 mm
Jaguaruana 97 mm
Ipu 94 mm
L. da Mangabeira 91 mm
Mucambo 90 mm
Icó 87 mm
Santa Quitéria 84 mm
Iguatu 82 mm

Fonte:

Funceme